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Jornada médica em São Paulo: sucesso na reconstrução óssea infantil
Durante os dias 21 e 23 de março, ocorreu na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo uma importante iniciativa médica: a Jornada de Microcirurgia para Reconstrução Óssea em Crianças. A ação foi fruto de uma colaboração entre a Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão (SBCM) e a Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica (SBOP).
A jornada concentrou-se em proporcionar tratamento a 10 crianças, com idades entre um ano e seis meses e oito anos, do Brasil e de países da América do Sul, que enfrentavam a pseudartrose congênita da tíbia, um desafio considerável na ortopedia.
Um destaque foi a participação do renomado ortopedista espanhol Francisco Soldado, reconhecido por suas contribuições na técnica de transplante de periósteo vascularizado, uma abordagem que tem evitado muitas amputações nos casos de pseudartrose congênita da tíbia.
“Estamos extremamente felizes por poder oferecer assistência a essas crianças que enfrentam esse problema, proporcionando-lhes uma melhor qualidade de vida e um desenvolvimento saudável”, afirmou Antonio Carlos da Costa, presidente da SBCM.
O Dr. Miguel Akkari, ex-presidente da SBOP, Presidente eleito da SBOT Nacional - Gestão 2026 e Chefe da Ortopedia e Traumatologia Pediátrica da Santa Casa de São Paulo, também expressou sua satisfação: “Estamos muito contentes, a experiência prévia que o doutor Antônio Carlos tem mostrado e tem realizado aqui na Santa Casa está mostrando ser uma técnica muito promissora”.
Uma das beneficiárias desse tratamento foi Jade, de quatro anos, que sofre de pseudartrose congênita. Sua família, vinda da Bahia para São Paulo pela primeira vez, expressou esperança de uma vida melhor para a menina após a cirurgia.
“Jade usa um colete de proteção para evitar quedas, já que é uma criança e é comum que outras crianças queiram pegá-la ou puxá-la. E eu acredito que esse colete seja até incômodo para ela. Mas estou confiante de que ela logo poderá se livrar dele. Isso vai ser uma melhora significativa na qualidade de vida dela”, compartilha Antônio Carlos dos Santos Mascarenhas, pai de Jade.
O método inovador proposto para casos de pseudartrose congênita envolve a remoção do periósteo doente, seguido pela fixação do osso e a transferência do periósteo da perna saudável para a perna afetada. Segundo os médicos, essa técnica tem proporcionado resultados significativos, com ossos começando a se formar em cerca de três semanas e as crianças recuperando a mobilidade em poucos meses, evitando assim a amputação, que era a única opção anteriormente disponível.
